Epílogo - L'étranger en Inde

Partir en Inde est comme sortir d’une bulle. Pendant toute notre vie, nous sommes restés dans une bulle protégée de ce qui est diférrent, et un peu loin de la réalité qui n’est pas la nôtre. Alors, en y arrivant, cette bulle disparaît et la seule alternative est de se rendre à l’environnement. Mais faites attention! Cette réalité et le choc qu’elle provoque n’est pas pour tous les coeurs (et têtes). Cela demande un effort très grand de pouvoir accepter ce qui nous est bizarre, inconnu et même dégoûtant.

Au contraire de Meursault, de Camus, un étranger dans l’Inde ne peut pas être indifférent en observant les Indiens et leur quotidien. Cela nous donne des différents sentiments, dépendant de qui vous êtes. Mais, un peu comme Meursault, nous ne pouvons pas être trop proches de cette réalité. Comment aider les gamins qui nous demandent de l’argent pour acheter de la nouriture? Vous savez que vous ne pouvez pas les aider réellement en leur donnant de l’argent. Alors, nous devons, malheureusement, avoir encore la moitié de notre corps (ou tête) dans la bulle.

Comme au Brésil, où que l’on dit que le meilleur d’ici est le Brésilien, ce sont les Indiens et leur culture ce qui fait pas mals d’autres étrangers que je rencontrais me disaient que c’était l’enième fois qu’ils étaient là-bas. À cause des différences culturelles, on a besoin de faire toujours un exercice mental pour nous habituer avec tout ce que l’on vit là-bas. Moi, je me suis fatigué à un certain moment de tout cela. Est-ce que j’étais fatigué du peuple indien? Oui. Comme j’ai déjà dit, ce n’est pas pour tous les coeurs, quelques fois ni même pour le mien. Mais à ces moments-là je me disais: c’est une expérience extraordinaire et je dois en profiter le maximum.

Et c’est ce que j’ai fait. Être peint au Holi (la fête des couleurs), marcher entre plusieurs éléphants dans le forteresse à Jaipur, avoir un typique mal au ventre avec la nouriturre relevée, ce sont des expériences que j’ai vécues et que j’aurai toujours avec moi. Mais pour moi, pendant quelques instants, m’arrêter et seulement respirer profondément pour sentir l’endroit et le moment me suffisait.

J’ai beaucoup aimé l’Inde, mais elle m’a fatigué. Au contraire des autres étrangers, je pense que je n’y retournerai pas, au moins dans les prochaines années. Je ne m’y suis pas attaché. Il y a encore d’autres endroits qui ont besoin d’être sentis.

Parte 26 - O adeus

Depois de 70 dias, 14 cidades e cerca de 6900 km percorridos de trem na Índia, chegou a hora de voltar às terras tupiniquins. Finalmente vou poder saborear um bifão sem pimenta. Por outro lado, deixo pra trás um passaporte sumido, alguns quilos =(, novos amigos e lembranças que carregarei para sempre comigo, daquela que foi uma viagem ímpar em uma terra tão especial, incomum e surpreendente. Talvez por isso este país seja fascinante e talvez por isso eu valorize tanto essa experiência.

De qualquer forma, adeus Índia...

Oi Brasil!

3/3/2010

Delhi people good-bye:

Parte 25 - Holi

Uma das boas coisas de ter esticado involuntariamente minha estadia na Índia foi estar lá a tempo de pegar o Holi, também conhecido como festival das cores. É mais ou menos um misto entre trote universitário e carnaval. Mais de uma semana antes do feriado, varias crianças ficam matando aula pra jogarem balões d'água nos transeuntes do alto dos prédios durante todo o dia. É um saco, você sai na rua e fica paranóico de que algum pivete desgraçado (devem ser todos repetentes!) vá te acertar enquanto voce carrega compras ou documentos. No entanto, quando chega o dia esse clima de brincadeira é bem legal. As ruas parecem zonas de guerra em que as armas utilizadas são água e tinta. Se sair na rua, é garantia que vai voltar molhado e colorido. Depois da volta na rua, fomos à uma chácara para celebrar o Holi com vários indianos e gringos. No local, além de cerveja Kingfisher, também tinha uma grande poça de lama. Bom, já dá pra imaginar o resultado...








E o grego Dimitrios acabou assim:

Parte 24 - Delhi e o passaporte

Delhi são varias cidades em uma só. Tem a histórica Old Delhi (que foi sendo construída cidade sobre cidade ao longo de séculos) e a New Delhi, construída no ultimo século e herança do Raj Britânico. Primeiro fiquei perto da old city, em uma parte turística mas meio barra pesada. Na minha ultima noite em Delhi, tive meu pasaporte furtado de dentro da minha mala no meu hotel. Na manha seguinte fiz o B.O. e decidi voltar de avião para Kochi sem passaporte mesmo. Fiz minhas malas e 12 horas depois já estava em outro vôo de volta para Delhi. Consegui fazer um novo passaporte de emergência na embaixada do Brasil no mesmo dia e dias depois refiz meu visto na imigração indiana. Quanto ao meu vôo de volta original, bau-bau, perdi playboy. Tive que remarcá-lo para dalí a 12 dias. Para não ter que ficar sozinho por quase 2 semanas na cidade, entrei em contato com a organização pela qual fui para a Índia, a AIESEC, para conseguir um lugar para ficar. Acabei indo parar em um apartamento superlotado com 15 gringos onde só tinha lugar no sofá. Tinha gente do mundo inteiro, até mesmo do Quirguistão (e eu nem sabia que esse lugar realmente existia). Conheci muita gente nova, fui a várias festas, descansei bastante, enfim, creio que ficar mais tempo na Índia não foi tão má idéia assim.


Trocaralho:

Delhi também vai ser sede dos Jogos Commonwewalth em Outubro:

Piquenique no feriadão:

O breathtaking Lotus Temple Bah'ai. Lindão, né?!?!

Parte 23 - Pushkar

Pushkar é uma lugarejo que fica no meio do deserto do Rajastão. Tem um lindo lago no meio da cidade que, pra variar, é sagrado para os hindus. Sortudo que sou, chego lá e não tem mais lago. Ele foi seco para limpeza e está esperando as monções para encher-se de novo. Então Guilherme, que diabos você foi fazer em Pushkar? Compras uai! A cidade é um negócio da Índia cheio de lojas no Main Bazaar, a rua principal, vendendo tudo que é feito de tecido. Também tem uns templos no alto das montanhas que oferecem uma vista espetacular à cidade e arredores.

As lujinhas do Main Bazaar:

E a vista da cidade do alto do templo hindu com direito a lago seco:

Parte 22 - Jaipur

Assim como a Escola de Cadetes de Campinas, Jaipur é uma cidade rosa. Isso porque todos as construções da parte antiga são pintadas da cor preferida pelos carnavalescos do Brasil, profissão da moda no momento (pelo menos até a 4a feira de cinzas). Tem um palácio legal e um forte, onde é possível alugar um elefante-táxi para não se desgastar com a penosa e ingrime subida aos portões. Tem mais de 100 elefantes, muitos deles decorados, que fazem o serviço leva-e-trás pelo equivalente a R$ 21 per capita. A fila de gringos para esse passeio brega é imensa. Como cheguei ao forte antes do amanhecer e não tinha ninguém lá, acabei subindo tudo a pé mesmo e voltando entre os elefantes, tomando cuidado para não pisar nas montanhas de cocô (sério) que eles deixavam e também para não ser esmagado no caminho (sério2).

A entrada da parte rosa de Jaipur:



Não podia faltar um encantador de serpente:
O palácio do Marajá:

A porta do pavão:

A vista de trás do palácio:

O nascer do sol nas montanhas do forte:

Não é a bandeira do orgulho gay, é a bandeira do estado indiano do Rajastão. Mas bem que parece...

Um paquiderme emperequitado:

No pátio do forte estavam até filmando um filme de Bollywood:


A fila de táxis:

E o forte à distância:

Parte 21 - Agra

Musica do Jorge, por favor:
''Tê Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê, Têtêretê
Tê Tê...''

Agra, a cidade do Taj Mahal. O grandioso templo de mármore e cartão postal mais vendido da Índia foi construído para demonstrar o amor e o luto do imperador Shah Jahan pela morte de sua 4a esposa, Mumtaz Mahal (as outras 3 devem ter subido pelas paredes, arebaba!). Ele é realmente lindo e impressionante, tem uns detalhes em árabe e tudo mais, porém, é exatamente o que a gente vê nas fotos e na TV. Talvez seja por isso que ele não impressione tanto assim, pelo menos pra mim. A entrada custa 20 rúpias pros indianos (R$ 0.70) e 750 rúpias para os firanghi (R$ 28). Dentro do domo é escuro e só tem a tumba dos 2.

A parte de trás do Taj ao pôr-do-sol:

Minha foto à la Sebastião Salgado:

A entrada principal:

Essa é a foto tradicional, salvo o fato de estar nublado (e frio pra caramba!) e de ter tanto turista que não deu pra tirar uma foto no centro.

Alguns detalhes do mármore

A perna fina e o pézão são meus mesmo:

A cidade inteira, alias, mais parece um cemitério. Tudo que é destino turístico tem, no mínimo, uma tumbazinha, nem que seja ali, escondidinha no canto. Agra hospeda, alem do Taj, o maior forte da Índia cujos imensos muros vermelhos se estendem por mais de 2,5km e que, à noite sob uma iluminação amarela, cria um fantástico contraste com o céu negro. Tirando a parte turística, a cidade em si, não traz grandes encantos.


Red Fort:



Os jardins internos do forte:



Este é o Baby Taj. Como o próprio nome diz, é um mausoléu, do mesmo estilo do Big Taj, em miniatura. Eu o achei mais charmoso do que o seu irmão maior, tem mais detalhes no mármore:



E dentro, pra variar, duas tumbas:

Parte 20 - Varanasi

Pensa no estereótipo de uma cidade indiana. Pois bem: Varanasi. Ruelas estreitas e tortuosas, (muitas) vacas vira-latas, vendedores de qualquer-coisa nas calçadas e por aí vai. Essa é uma cidade creepy. Muito legal, mas creepy. Varanasi é banhada pelo rio Ganges e lugar sagradíssimo para os hindus. Esse rio é, segundo o meu guia, mais poluído do mundo, apesar de eu ainda achar que esse prêmio vai pro Tiete mesmo já que o Ganges não fede. Alheios a essas disputas sujas, os indianos adoram se banhar no rio pra purificar seu karma. Alma purificada, corpo contaminado... é uma troca justa, pelo menos para eles. Eles não estão nem aí com a possibilidade de passarem uma temporada no hospital, querem mesmo é se benzerem. Preferi ficar a distância e continuar com meu karma ruim. No Ganges ocorre também um interessante ritual hindu, a queimação de corpos na beira do rio. Pessoas de toda a Índia mandam seus finados parentes para Varanasi queimá-los e mandar seus corpos para o rio de forma a quebrar o ciclo hindu de reencarnações, libertando a alma. As cremações ocorrem 24 horas por dia em uma parte separada onde não é permitido bater foto. Como a madeira pra queimar é especial e cara, muitas pessoas acabam amarrando pedaços de mármore a seus entes queridos e atiram-nos ao rio. Ah, e tudo que é lixo e esgoto da cidade também é despejado no rio. Entendeu porque ele é poluído?

Varanasi, quase que nem na novela:
O esgoto sai das casas e vai dar no Ganges, não sem antes passar pelas calçadas:
E a galera se banhando. Ê beleza!

Rooftops:
E as vaquinhas: